A primeira necessidade é a descoberta interior para saber o que se é verdadeiramente atrás das aparências sociais, morais, culturais, raciais e hereditárias. No centro há um ser livre, vasto, conhecedor, que se oferece à nossa descoberta e que deve tornar-se o centro agente de nosso ser, de nossa vida.
O que conhecemos de nós próprios é apenas uma atividade superficial, um resultado externo em mudança, de uma vasta existência oculta. Nossa existência é algo bem maior que este frontal aparente que nós supomos ser e que oferecemos ao mundo em volta de nós. Este ser frontal e externo é uma mistura confusa de formações da mente, movimentos emocionais e funcionamentos físicos.
É somente quando vamos atrás, abaixo, acima, penetrando as extensões escondidas do nosso ser, que podemos conhecê-lo; a mais cuidadosa investigação de superfície não pode nos dar o entendimento verdadeiro de nossa vida, de seus propósitos, suas atividades; e de fato, esta inabilidade é a causa do falhar da razão, da moralidade e de qualquer ação na superfície que pretenda libertar e aperfeiçoar a espécie humana.
A maior parte das pessoas vive em sua ignorante personalidade exterior comum, que não se abre facilmente ao Divino; no entanto há um ser interior dentro delas de que elas não sabem, que pode facilmente se abrir à Verdade e à Luz. Mas existe um muro que as isola dele, um muro de escuridão e não-consciência.
É, de fato, somente através do acordar do ser interior e de seu vir para frente que podemos alcançar a união com o Divino. O ser humano físico exterior é apenas uma personalidade, um instrumento, e por isso mesmo ele não pode chegar a esta união – ele pode apenas experienciar toques ocasionais, sentimentos religiosos, intimações imperfeitas.
O ser humano precisa demolir o muro ou o véu e voltar-se em sua intensidade para estas partes interiores da existência – é a isto que chamamos de viver dentro.
Quando meditamos tentamos nos introduzir no ser interior. Quando se vai para dentro da Consciência interior, ela é sentida como uma pura e calma existência. Isto surge como um resultado do desapegar-se dos movimentos (da natureza exterior), do distanciar-se deles.
É preciso encontrar nas profundezas do seu ser aquilo que contém em si um sentido de universalidade, de expansão sem limites, de duração sem interrupção. Então você se descentraliza, se espalha, se alarga.
Nesta amplidão vazia desce a vasta paz de cima, luz, alegria, conhecimento, a Consciência mais alta na qual se sente a unicidade do Divino. É o começo da transformação.
É uma outra consciência, com um outro conhecimento e maneira de olhar as coisas que começa. Mais tarde, esta nova consciência toma posse dos instrumentos, mas estes também se tornam diferentes, com um olhar e um perceber mudados, vendo o mundo não mais como antes, mas como se feito de uma outra substância com um outro significado.
A consciência tem que mudar o seu centro e sua dinâmica da superfície para o ser interior; é de lá [do Ser interior] que devemos encontrar a fundação para nosso pensamento, vida e ação.
Você deve se reunir dentro mais firmemente. Aprenda a viver dentro, a agir sempre a partir de dentro.
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